
Diário de Cochabamba: quarta-feira, dia 05 de Novembro de 2008.
O dia começa bem e promete. Bom como vou viajar me dei alguns pequenos luxos. De café da manhã pastel e caldo de cana e excelente companhia. Saio correndo. Chego em casa e ainda tenho que fechar a mala, responder mensagens fazer reuniões virtuais, dar e receber orientações... Encaminhamentos, encaminhamentos, encaminhamentos (homenagem a minha amiga assistente social). Na mala: uma cueca para cada dia, uma meia para cada dia, jeans (bom esse dá pra repetir), bermudas (diferentes cores e tamanhos), uma jaqueta, algumas camisas, duas batas (companheiras de sempre)... será que esqueci algo ? Amanhã saberei... são 14h30m saio correndo de casa e ainda tenho que passar no escritório, assino isso e aquilo e coisas que nem sei porque estou assinado. To atrasado, já passam das 15h e eu deveria estar no aeroporto as 15h. O taxista conta tantas histórias e eu quase não ouvi nenhuma. Meus olhos estão no trânsito, viramos aqui trânsito, viramos ali trânsito, todos os “atalhos” estão cheios de gente como eu, atrasadas, apressadas, estressadas... chegamos ao aeroporto, exatamente uma hora antes do vôo... ninguém mais no check-in, a atendente ouve a desculpa de sempre: “O trânsito está impossível nessa cidade!” ela me informa que já tinha iniciado o embarque, outra correria... tira laptop da mala, o cinto, o óculos, a carteira, as moedas, os celulares... passei pelo raio X, ufa!!! O portão é o 16, e a fila estava grande. Pergunto a um senhor “esta fila és para el vuelo para bolivia?” e a resposta: “Si!” Logo a frente está minha amiga brasileira, a mesma da viagem anterior, trocamos um sorriso de “bom te ver”. Assim que passa a porta de embarque nos encontramos e abraçamos, muitas coisas para contar, histórias e estórias daqui e de acolá. Poltrona 18D, corredor, menos mal, odeio sentar no meio... bom acho que qualquer pessoa de bom juízo odeia sentar no meio. Ao meu lado, um adolescente boliviano e seu pai. Mas que rápido saco os documentos que tenho que ler antes de começar a Oficina. Lembro aqui do meu amigo Google, que diz que ninguém faz essas leituras previamente ao não ser durante o vôo. “É meu caro! Mais uma vez você está certo!” Vou sentir falta de tê-lo por perto, afinal é você quem está levantando vôo. A aeromoça Fernanda S deixa seu crachá cair logo ao lado da minha poltrona. Estou com o crachá dela na mão e o adolescente espia, mais que uma vez, e eu mostro para ele. Ele me pergunta: “És brasileña?“, “Si, por que?” “Por que és muito bonita!”. Sorrio e volto a leitura. No Ipod Petshop Boys e Marisa Monte. Chegamos a Santa Cruz de La Sierra – Conexão para Cochabamba. Na fila de imigração, a oficial pergunta sobre minha vacina de Rubéola? ? ? Bom, disse que não tinha a carteirinha desta vacina (lembrei que na verdade não tomei ainda – tarefa para fazer quando voltar para casa), mostrei a de febre amarela e ela se contentou. Novamente ninguém me perguntou nada, simplesmente pegou o folheto azul preenchido com meus dados e meu passaporte e CARIMBO!!!! Sentamos num café, e: “Por favor, duas cocas, uma Light e outra Zero e um café expresso”. Após ouvir mais histórias divertidas, felizes e alegres, continuamos para o embarque. Mais 40 minutos de vôo e conversas infinitas e não conclusivas sobre trabalho e a Oficina que vamos fazer. Na hora do pouso uma tensão, pois sou informado que, de vez em quando os pilotos iniciam o pouso, mantém a velocidade e volta a subir.... o piloto simplesmente “joga” quase literalmente no chão. Enfim a rotina, bagagem táxi e chegamos no Hotel Regina - http://www.hotelreginabolivia.com/ - simpático, Internet muito boa, tv com vários canais, cama boa e banheiro mais ou menos. Vamos jantar em um bar chamado Brazilian Coffe, que é de um Italiano que serve comida Japonesa. Acompanha os urumakis 5 Huaris. Descobri depois da terceira que o grau é de 4,8% de álcool. Regressamos e cada um para seu andar e respectiva habitación e banho, cama e TV. A noite não foi muito boa, acordei várias vezes, estranhei a cama, o quarto, o sono foi picado, acho que não vou dormir muito. Bom, até amanhã!
Um comentário:
Oi Raniere, muito legal e rico seu blog. Seu passaporte ficaria mais recheado com seus diarios brasileiros. (PS: passaporte também é nome de um sanduiche que existe somente aqui em Alagoas, pelo menos com esse nome)
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