Austrália
Mais uma aventura na vida de "Zé Pequeno*"
Foi tudo de repente! Um troca de mensagens, agendas que não batiam até que um torpedo me avisou: Você vai para a Austrália! Eu estava em Fortaleza-CE quando recebi a confirmação. Já tinha desistido, pois ia ficar muito frustrado, mas aquele torpedo tirou meu sono. Comecei a investigação, precisava de um visto as pressas. Baixei formulários, comecei uma pesquisa sobre informações, lista de documentos que eu precisaria, enfim... 4 dias depois estava eu em Brasília, na Embaixada da Austrália, 5 dias antes da viagem implorando para a moça do consulado para que coloca-se meu pedido na frente dos demais. Ela me olhou com uma cara de "ahã! essa é mais uma extraordinária história, igual as outras 10 que eu já ouvi hoje" mesmo assim, ela colocou um post-it amarelo na minha documentação com a seguinte informação "o solicitante viajará no sábado" e já era terça feira quando dei entrada no meu visto. E após uma confusão de passagens e correria pois eu achei que precisaria fazer exames de saúde (e não precisa para visto de negócios, basta só o certificado internacional de febre amarela), o visto foi liberado eletronicamente na quarta feira, menos de 24 horas depois de que eu dei a entrada! Ufa! Alívio e agora ansiedade pela viagem. Uns diziam que a viagem duraria 20 horas, outros diziam que seria 24 horas, enfim... sai de Sampa no dia dia 20 de Agosto de 2011 as 17h50m, fiz uma conexão em Santiago do Chile. Na mochila um monte de coisas, livros para ler e colorir (isso mesmo, levei um livro de mandalas para colorir) e iphone e ipods carregados com musicas para dormir e curtir a viagem. Depois de duas horas de espera no Chile, parti com destino a Austrália, mas eu não sabia das várias conexões que teria pela frente. E após 12 horas de voo, mais uma parada em Auckland, Nova Zelândia, e lá conheci um casal de Sampa que estava indo de férias para a Austrália visitariam algumas cidades inclusive a cidade de meu destino Melbourne. Após mais duas horas de espera, retornamos a aeronave e partirmos com destino a Sidney. Ver o Opera House e a Baía de Sidney do alto foi emocionante, nessa hora sim, caiu a ficha, p... eu to na Austrália!!! O avião sobrevoou por duas vezes a cidade até pousarmos e esperar um pouco mais de outras duas horas, fiz a última conexão para Melbourne.
Uma semana intensa de trabalho me esperava, com reuniões o dia todo e coisas para fazer para o dia seguinte, enfim, a semana foi pesada e no máximo que consegui era caminhar pela manhã no centro da cidade pela Swanston Street (uma curiosidade sobre essa avenida é que foi nela que a banda australia AC\DC gravou um de seus clipes), uma movimentada avenida onde está o centro comercial da cidade (nela você encontra, supermecados, cafés, cinemas, shoppings e restaurantes para todos os gostos, principalmente os asiáticos - tem muito asiático em Melbourne, o pessoal local disse que eles vem para cá para aprender inglê e estudar. Outra avenida que vale a pena caminhar é a Victoria Street, nela você encontrará os Jardins Carlton, o Exibition Building e o Melbourne Museum.
Quando chegou o sábado, fui para o Hostel que eu tinha feito reserva, o Space Hostel de Melbourne. Esse excelente espaço era de um hotel que como muitos foi transformado em um Hostel de alto nível. Você pode reservar quartos individuais, casal ou aventurar-se em um quarto com duas, tres ou quatro beliches. Tudo é limpo, e é mesmo! Os banheiros são limpos o tempo todo. Os quartos tem lockers individuais, cabe tranquilamente suas malas. O Hostel conta também com uma grande cozinha estilo industrial, com geladeiras e armários para armazenamento das suas coisas. Conta também com uma área externa, com churrasqueira e tudo e de onde você pode admirar uma vista extraordinária da cidade. Aliás o visual da cidade é uma coisa a parte... se você é uma pessoa urbana como eu, irá adorar o landscape da cidade, arranhacéus se misturam com arquitetura antiga e da época em que a realeza britânica reinava por aqui. Alguns lugares imperdíveis em Melbourne, além dos citados acima são (ordem em que eu visitei):
1. Zoológico de Melbourne: duas conexões de trams (um tipo de trem urbano) e em menos de 20 minutos você vai ver cangurus e coalas =)
2. Aquário de Melbourne: um pinguím aqui e ali, na verdade vários deles... um tubarãozinho e outros tubarões grandões, além de arraias gigantes são algumas das atrações desse lugar que encantará certamente crianças e adultos.
3. Museu de Melbourne: não é dos melhores que eu já fui, mas se você tiver tempo vale a pena uma olhada rápida. A melhor parte é a fauna australiana.
4. Exibition Building: estava fechado, mas vale a pena andar pelo Jardins Carlton.
5. Federation Square: imperdível uma caminhada e um café por esse moderníssimo conjunto e local das manifestações públicas.
6. Arts Centre: quando estiver caminhando por ali para visitar outros lugares dê uma paradinha vale a pena.
7. Galeria Nacional de Artes de Victória: esse sim vale muito a pena, o acervo é gigante (não o suficiente, porque não achei nada de nenhum artista latino-americano =) as exposições são atrações imperdíveis, eu tive o prazer de ver a exposição de Klimt e amigos, chamada de Viena Arts & Desing.
8. Mercado de Victória: para quem gosta de uma feira livre e fresh-food esse é o lugar.
9. Shopping Melbourne Central: para os compradores de plantão, esse shopping em cima da estação central de metro reúne de tudo um pouco em relação a compras, também tem uma boa praça de alimentação e um cinema (caro para xuxu!!!)
10. China-Town: uma avenida incrível que faz você ter a sensação de que está realmente em algum lugar - pareceido com a China =) ideal para comer e comprar quin-qui(lharia) =D
Acho que esse é o top-ten. Tem mais coisas que eu estou esquecendo certamente, esse é o problema de fazer registro depois, mas ande pela cidade, ande muito com ou sem mapa. Entre no trenzinho vermelho e dê uma volta pela cidade gratuitamente, isso mesmo o City Circle Tram é um serviço de city-sightseen gratuito e você pode saltar em Dockland (durante o dia) e caminhar e fazer algumas compras, visitar outros museus e andar pelo suburbio. Uma dica é vá no final da tarde para ver o por do sol, é realmente uma vista fantástica.
Amanhã é meu último dia aqui e é possível que a lista acima aumente, mas se isso não ocorrer já dá para ter uma boa noção do que é essa maravilhosa cidade chamada Melbourne.
G´day Mate!
Outros pontos para acrescentar na lista acima são:
1. Museu do Imigrante: se você pegar no centro da cidade TRAM City-Circle, ele lhe deixará na frente deste simpático museu dedicado aos (i-e)migrantes que fizeram a história desse novo país. Você verá as campanhas: a chegada dos primeiros imigrantes (e as doenças e pragas que eles trouxeram), o massacre dos aborígenes a campanha contra a invasão asiática e também participará de uma simulação de entrevista para visto permanente na Austrália. O museu é cheio de histórias pessoais, de imigrantes de toda parte do mundo contando sobre a chegada e a promessa de viver numa terra promissora.
[esse discurso de inclusão e não-preconceito, disseminado pelo museu, foi amplamente colocado em questão pelo taxista “Hamar” um indiano que vive a 15 anos na Austrália (e que deve ter no máximo seus 30 anos de idade), casado, pai de uma filha, e que trabalha há 3 anos no taxi de uma das cooperativas. Hamar diz que o jovem australiano não esta “nem ai com as coisas” (salvaguardando a generalização do discurso que reflete a experiência individual do taxista), ele acrescenta que “o jovem ‘Ausie[i]’ não respeita nada nem ninguém, eles toma um taxi e não pagam a corrida, eu tenho muitas histórias assim para contar” e ainda “os ‘Ausies’ não respeitam os imigrantes que fazem os serviços básicos, o Senhor (se referindo a mim durante a conversa) não vai ver nenhum ‘Ausie’ taxista, ou atendente de uma lanchonete ou mesmo como faxineira num museu, vai ser um imigrante, um indiano, um chinês, um libanês, um árabe ou um romeno.” e a conversa continuo “o problema aqui é que os pais não dão importância a educação para seus filhos, eles pagam boa escola e como isso basta-se, minha filha estuda em escola publica, mas nós (eu e minha esposa) temos tempo para a educação dela dentro de casa, o que não é costume aqui nas Austrália”. Enfim a conversa foi longe, durou os exatos 50 minutos até o aeroporto e dentre as curiosidades estava como era São Paulo e como era o Rio de Janeiro e se a corrida de taxi era cara J!!!
2. Parques, passeios pelo rio e subúrbios: atravessando a ponte “Queen Victoria” você encontrará a esquerda os parques, propício para uma corrida, um piquenique ou mesmo sentar e tomar um café admirando a vista da cidade, no final do dia as pessoas se reúnem nestes parques ao longo o Yarra River para assistirem o por do sol. A direita da ponte você encontrará um passeio ao longo do rio, um grande calçadão de onde saem às pequenas embarcações (catamarãs) que fazem o passeio ao longo do Rio. São dos percursos o primeiro leva você para dentro da cidade até os subúrbios passando pela vila olímpica e o outro te leva para a região das docas e portos da cidade onde você pode ver o mar e mais subúrbios. O passeio pelo Yarra River e South River, também são passeios interessantes (se o dia não estiver nublado ou chuvoso) opte por fazê-lo no fim da tarde, o serviço é bastante interessante, não tem guias-tagarelas falando pelos cotovelos sem parar (isso me irrita profundamente, eu normalmente fujo disso e de visitas guiadas, são sempre muito chata e uma visão unilateral da história kkk”!!!). É o capitão da embarcação e um timoneiro que vão durante um tempo da viagem, lhe contar as histórias das pontes que ligam o centro da cidade ao subúrbio (quem já fez o passeio de catamarã no Recife, já sabe o que lhe espera).
3. Melbourne a cidade “take away” e “shooping”! Pegue seu café ou seu lanche e saia caminhando pelas ruas, sente em um dos vários parques, praças que tem pela cidade e desfrute. Outra questão é “shooping”, fazer compras é uma boa diversão [para quem gosta] desde que você esteja a fim de pesquisar muito o preço, a variação de preços entre as lojas é muito grande, em uma das ocasiões, achei uma camiseta de rugby oficial a variação de preço chegou a mais de 60% de diferença entre uma loja e outra. Agora cuidado com os produtos chineses, eles estão em toda parte, é preciso verificar a etiqueta de fabricação, algumas delas está escrito “DESING IN AUSTRALIA” e em seguida “MADE CHINA”. Os produtos realmente feitos na Austrália custam no mínimo o dobro (e algumas vezes 4x mais) dos produtos chineses. Uma pelúcia original MADE IN AUSTRALIA custava AUSD 24,00 e replica chinesa custava AUSD 6,00. Falando de grifes, mega-stores e magazines, é bom pegar o City-circle e saltar aa Burguer Street, lá você encontra de tudo e de um preço de moderado a caro, muito caro. Uma bota pode custar AUSD 300,00 (que é o preço de um Ipod de 160Gb, que pode ser encontrar na MAC Store que fica no centro em frente a ...... aliás é um lugar que eu citei pouco mais que vale muito a pena visitar, sentar em uma das livrarias e tomar um café folheando livros ao lado de seus autores – isso mesmo ali é o ponto de encontro de muitos escritores australianos).
4. O “idioma local” o inglês australiano tem uma acentuação diferente de tudo que você já ouviu, você pode achar estranho chineses, indianos falando inglês mas mesmo assim você pode compreende-los, porém na Austrália algumas palavras falada na velocidade que eles falam (até aí normal, nós também falamos rápido) se torna absolutamente incompreensível. Eles mesmos identificam 3 sotaques diferentes entre eles, se você estiver por Melbourne ou Sidney, fique tranqüilo são os locais mais simples de entender. E, não se preocupe independente do seu nível de inglês a dificuldade de compreende-los será a mesma, então um “Sorry, don´t get it” ou “Sorry, could you say it (repet) again, please!”. G´day Mate!
5. A noite em Melbourne. É tranqüilo andar nas avenidas principais da cidade, alguns bares e restaurantes funcionam até mais tarde, mas creia o centro não é o local da badalação e sim os subúrbios. Segundo o que li e as indicações que me deram, porém como sou um viajante diurno, eu reservo a noite para cozinhar (eu sempre cozinho, isso gera uma economia considerável para qualquer viajante e quase 100% dos hostel tem uma cozinha), ler um livro, assistir um filme ou mesmo atualizar blogs, facebook e responder e-mails.
[i] Ausie é a expressão local para dizer Australiano. Eles não usam Australian o que seria o óbvio, eles usam essa expressão “Ausie” na rua, nos jornais, na TV, para nome de coisas e lugares, inclusive você pode encontrar uma batara frita que ao invés de chamar “French Fries” do inglês, chamará “Ausie Fries - porque nós somos Australianos” diz o pacote da batata-frita J
* Zé pequeno é meu alterego =)