domingo, 14 de setembro de 2008

Diário de Mombasa: sexta-feira, dia 12 de Setembro: último dia em Mombasa

Diário de Mombasa: sexta-feira, dia 12 de Setembro: último dia em Mombasa

São 06h36m, e estou acordado! O sol também acordou! Estamos os dois acordados, vou até a varanda e ainda com olhos embaçados e passando as mãos no rosto, vejo que não tem ninguém na piscina, e ninguém andando pelo jardim, enfim, somos só nós dois, o Sol e Eu. Coloco um shorts pego a câmera e vou até a praia tirar mais algumas fotos e admirar um pouco mais dessa beleza selvagem da praia esmeralda e do sol amarelo-vermelho-laranja. Aproveite o tempo para fazer uns vídeos do local para mostrar o local para meus amigos no Brasil. Em seguida retorno ao quarto para tomar um banho, ajustar mais algumas coisas na mala e pegar as roupas que separei para dona Margareth. Fomos para o café, hoje foi o ultimo café aqui, é preciso fazer um parêntesis grande aqui, o café aqui é composto de ovos mexidos, ovos cozidos, uma salsicha Irish (deliciosa), baked beans, um feijão tipo carioca, meio doce meio salgado que o povo come no café, as torradas são feitas numa maquina engraçada, tipo uma esteira que passa dentro do forno e joga as torradas já tostadas do outro lado, também sempre suco de laranja e maracujá e iorgute de morango e manga (o segundo muito ruim). Tinha também waffles, mel, coalhada, uma barra de cereal chamada beatwick (muito boa por sinal), tem sopa, sim aquelas sopas ralas... nunca vi ninguém tomando, mas elas estão lá servidas durante as duas semanas. Também tinha omelete, sim eles fazem uma omelete com cogumelos, queijo, tomate, cebola e pimenta chili. Tinha também uns rolls de frutas cristalizadas e croissants e um monte de frutas. Chegamos na sessão em tempo hoje. Muitas pessoas vieram me cumprimentar, alguns aparentemente ficaram mais próximos depois do “Baile” de ontem a noite. Durante o intervalo fui levar as roupas, xampus e sabonetes e o hidrante para dona Margareth, fui muito legal, eu disse que gostaria de dar algumas coisa para ela e se ela não se importava, ela disse que não e eu entreguei... ela ficou bastante feliz... perguntou para que servia o hidrante... e eu expliquei. Em seguida voltei correndo e fui assistir o trabalho do grupo da Ásia para aprender um pouco mais sobre a abordagem que eles fazem de facilitação. Também dei uma passada pelo grupo da África, eles estão em 8 grupos, acho que cada grupo representa um país diferente. Em seguida fui ao quarto me livrar o laptop, afinal carreguei-o a semana toda. Meus intervalos eram divididos em postar o diário do dia anterior, fazer upload das fotos, responder os e-mails urgentes, escrever para a família e amigos. Pouco antes do almoço, fui aproveitar pela primeira vez a hidromassagem que tinha em uma piscina pequena ao lado do restaurante, dessa vez foi um para cuidar dos meus pés que estavam acabados da noite anterior. Depois de uns 15 minutos de pés sobre os jatos de água e de estar quase dormindo fui almoçar, como estava muito calor e eu não estava me sentindo bem, comi alguns legumes e um pouco de sala com peixe. Após o almoço fui para o quarto descansar um pouco. Tive cólica essa tarde, daquelas crônicas que eu não sentia já há algum tempo, tive que tomar remédio e deitar um pouco, peguei no sono durante quase uma hora e acordo com as batidas na porta, da minha amiga brasileira personal-trainner. A sessão dar tarde começou bem tarde, quase as 15horas, a agenda já tinha se perdido, era uma sessão de encerramento e homenagens e de orarmos por aqueles que iriam para o campo aplicar o que estudamos durante toda essa semana. Após o término de todas as homenagens, orações, e abraços e beijos de despedidas, voltamos na dona Margareth, para comprar mais algumas coisas, dessa vez, estava inspirado e a fim de comprar uma lembrança. Um parêntesis, dona Margareth é uma senhora, de aparentemente um pouco mais de 50 anos, negra, com um problema em um dos braços e tinha que usar um tensor para manter o braço estendido, mas ela não conseguia apoiar a mão. Não sei porque, mas me identifiquei muito com dona Margareth, ela me lembra alguma dessas outras Margaretes que encontramos no Brasil, nas favelas e caminhos por onde andei, ou ainda pelos caminhos que a vida há de me mandar. Comprei um prato, desses decorados de colocar na parede e um porta-jóias feito de ébano. Aliás, só fui entender e saber de fato o que era ébano na África, no Quênia, em Mombasa, na barra X-Del Boy – Boutique, a lojinha (tenda de rua) de dona Margareth, uma africana que tem o sonho de conhecer o Brasil para ir à Amazônia... ela me disse que gostaria de fazer isso antes de morrer... isso me fez pensar, que eu ainda não conheço a Amazônia, e antes de morrer preciso conhecer, nem que seja só para lá lembrar de dona Margareth. Hoje olhei para o Vilarejo e me bate aquele conflito interno, numa tênue relação entre mediocridade e hipocrisia de um lado e de outro paranóia e neurose, estamos num Resort que é dentro de uma imensa favela. Eu tinha dúvidas desse fato, até olhar para todo meu redor e constar que só tinham lojas na frente o hotel, e que as demais casas eram barracos de madeira, improvisados, sem mobílias... mas as crianças são felizes, brincam na rua... voltamos ao hotel, trocamos rapidamente de roupa, que já estava estrategicamente nas bolsas de mão e ... fomos dizer tchau para as piscinas e para a companheira Tusker (a melhor cerveja do continente africano... rsrs). Os dois norte-americanos – a que fala português e o que fala espanhol – estavam conosco. Entre uma braçada e outra vi a lua, era final de tarde pouco mais de 17h da tarde e ela já estava lá, linda, prata, redonda e enigmática e de outro lado estava o Sol que também veio nos dar adeus – ou será até logo... quem sabe – o sol amarelo-vermelho-alaranjado estava mais brilhante do que nunca, seus raios tocavam a água da piscina colorindo-a de dourado... foi um belíssimo fim de tarde e uma despedida fantástica. Estamos atrasados, corre, toma banho, fecha a mala, corre pelo corredor, e entrar no elevador, corre mais um, dois, três corredores e, recepção, fechamos as contas, alinhamos as malas junto as demais que já estavam, ufa! não somos os únicos atrasados... o big-boss-bass ainda não chegou, ufa!!! os mexicanos resolveram aproveitar a carona... então somos a mesma turma do safári juntos.. estavamos numa van de Safári, então meu amigo-mexicano com nome de comida e eu resolvemos abrir o teto da VAN... isso nos permitir, não desidratar de tanto calor e ver a lua, que agora estava solitária no céu... tento olhar para tudo, todos e cada lado, com sede de registrar cada imagem... chegamos no aeroporto... estou com minha mochila cheia de garrafas de água, é nosso plano de sobrevivência para Nairobi... vamos anda o dia todo e não queremos gastar com água, mas... a moça avisou que não poderia, que eu deveria colocar na mapa grande, como achei que era aquele era a única barreira, nem dei atenção, resultado ao sair do elevador, outro bloqueio e outro Raio X, e agente de segurança fez eu tirar as águas da mala, e autorizou uma garrafa para cada... na verdade tudo isso passou por pretexto pois tínhamos mais outras 8 garrafas na mala que foi despachada... esperamos poucos minutos, o suficiente para provar uma bala mexicana, que mais parece um doce de leite – feito de cabra. Durante o vôo, ao som de “The Best Days of my life”, eu atualizei meu IPOD com músicas em español... pois, nas próximas semanas tenho que virar a chave do inglês para o español... pois minha próxima aventura será em Cochabamba, Bolívia, quando retomarei esse diário. Chegamos a Nairobi, são 21h58, 20 graus. Nos despedimos do demais colegas e pegamos um táxi para o Nairobi Safári Club, um hotel com um lobby cheio de imagens de animais, que vimos no Safári, com muita coisa dourada, cheia de luz, é o host do Rotary Club local. O quarto me lembra a casa da minha avó, tudo é muito retro, e completamente década de quarenta. Estou no quarto 1114, décimo primeiro andar, a vista da cidade é muito legal, tirei algumas fotos e fiquei prestando atenção na movimentação e no som de uma discoteca que vinha de longe, alguns forasteiros mais animados estavam na rua gritando. Gostaria de aproveitar o momento para fazer um agradecimento especial a Deus pela água doce no chuveiro e na torneira, pois, já tinha esquecido, de tanta água salgada que tomei em Mombasa. Estou terminando de escrever o diário de hoje, assistindo um filme trash, a história de um jacaré gigante, mesmo roteiro de anaconda. Acompanhou-me durante essas horas 4 mini-toblerones, uma xícara de chá e um pacote pequeno de pipoca sabor sal e manteiga, e uma garrafa de água. Bom os planos para amanhã, são: visitar o Parque Nacional de Nairobi e conhecer o mercado de rua. Até amanhã!!!

Nenhum comentário: