Diário de Nairobi: Sábado, dia 13 de Setembro.
O dia amanheceu, abro somente um olho para o olhar no meu celular, são 07h13m, de forma muito sorrateira me espreguiço na cama, e depois de pensar 1000 vezes, dou um pulo e estou no banheiro, novamente tomando banho em uma água morna sem gosto de sal. O banheiro parece aqueles de camarim, com direito a lâmpadas brancas em globos brancos ao redor do imenso espelho que toma mais da metade do banheiro, as louças e as torneiras, todas são daquelas muito antigas, com acrílico sextavado decorando cada uma delas. Depois de um banho muito demorado, estou na sala aproveitando um aquecedor de água para fazer uma xícara de Nescafé. Enquanto a água aquece, tiro algumas fotos do mesmo local que tirei ontem a noite, para depois comparar noite-dia. Ligo a teve, depois de uma rodada nos canais locais, lembrei que tenho duas revistas do Brasil em minha bolsa. Começo a ler, ouvindo a TV e tomando uma xícara de café quente. Saímos por volta das 08h30m para o café da manhã: uma omelete (tomate, pimentão, queijo, sal, cogumelos e 2 ovos), um iogurte de frutas vermelhas, um pouco de cereal e leite gelado, uma xícara de café com leite, um pão com manteiga, um croissant com geléia de morango. Após uma longa negociação com a senhora da recepção, e um taxista, resolvemos fazer o Safári Walk, do Narobi National Park. Joseph é nosso taxista, um queniano simpático, ele nos disse que já não jogava mais futebol pela idade avançada que tem. Ele nos mostrou alguns pontos turísticos da cidade. O parque ficava cerca de 20 minutos do hotel. E tem duas versões de Safári neste Parque, uma você faz de carro e outra que você faz caminhando, um pouco mais de duas horas. Como já tínhamos passado pela experiência de um Safári de carro em Voi - Tasfo, optamos dessa vez por fazer a versão caminhando. Logo na entrada – com um imenso deck de madeira, acima de um lago com ágapes floridos de roxo e amarelo e alguns carpas, estava uma árvore com o maior ninho de pássaro que eu já tinha visto. Em seguida, de longe observo a placa de hipopótamos... sai correndo... e no local da piscina onde eles provavelmente estariam, não estavam... então observei de longe dois pequenos hipopótamos, pensei que eram filhotes e fui fotografar, nesse momento encontro um senhor chamado Peter que nos acompanhou até o final do tour. Peter me explicou que aquele casal de hipos era de uma família rara de hipos anões, o macho já tinha 21 anos e a fêmea 16 anos. Eles tinham um metro de altura, tinham um couro bem espesso e liso, negro. Olhos grandes e bocas com dentes grandes. O guia também explicou que aquela era a idade máxima que eles viveriam se tivesse na natureza e que em cativeiro viveriam mais 10 anos cada um pelo menos. Do outro lado num grande cercado é possível ver dois búfalos, um casal de zebras albinas, sim, albinas, elas eram um pouco amarelas e com listras brancas; tinham também um zebu, e alguns veados. A próxima placa anunciava uma hiena, que vi correndo de muito longe, cheguei perto da cerca e comecei a assobiar, e ela veio ver, tinha o tamanho de um cão pastor-alemão, e não parecia nem alegre e que também não sorria há muito tempo. Em seguida primatas esses eu só conhecia de televisão, tinham a cara branca e como se estivesse vestido para festa com smoking preto e camisa branca, a calda também era branca e bem peluda, como felpuda. Vários pequenos esquilos estavam por toda à parte do parque, correndo daqui para lá, comendo as sementes que caiam das árvores. Em seguida outra big surpresa (a primeira foi os hipos) estamos a frente a um metro de um dos Big-Five, estamos do lado de Tomas, um rinoceronte, que chegou no parque com 3 anos de idade, órfão. De uma espécie rara Tomas tem dois chifres e hoje esta com 16 anos e come e dorme tranqüila e seguramente. Ficamos durante 20 minutos, admirando o pequeno-grande Tomas. Seguimos o caminho, agora entrando num bosque, com vários pássaros – inclusive um casal de “patos” gigantes – árvores de todos os tamanhos e jeitos. Ao sairmos do bosque fomos visitar Mateus, um leãozinho de 17 anos e estava tomando um banho de sol e que só levou a cabeça para ver quem estava fazendo barulho – Peter estava gritando o nome dele e sacudindo a porta da jaula onde o alimentava. Demos a volta na jaula e sou surpreendido por duas leoas, Nana e Malaika (significa anjo em swahili). Nana é mais tranqüila e brincalhona, tinha um balde azul e – orientado por Peter – fiquei brincando com ela do outro lado da tela, ele queria pegar, então levantava a pata e de vez em quando ficava em pé na tela. Nana, já parecia ser uma leoa mais velha e tinha um senso de caça muito aguçado, ela ficou completamente louca, quando um antílope chegou para ver o que estava acontecendo e para ser alimentado pelos turistas. Em seguida, aproveitando o ambiente de curiosidade, chega uma avestruz enorme, preto e branco que também comeu folhas das mãos dos turistas. Continuamos e ao sair do de cara com um roedor de uns 3 quilos, lembra um coelho cinza sem as orelhas, uma criaturinha muito simpática, mas muito assustada. Bem ao lado da jaula do leão está a imensa grade o leopardo... mas olhamos para todos os lados, e não encontrávamos o leopardo... Então entra Peter em ação, apontando com o dedo para a copa de uma árvore... e lá estava um leopardo deitado no topo de um pé de eucalipto. Descemos um grande deck, que foi feito acima das árvores e observamos o grande vale que nos separada da parte selvagem do parque, da parte que só poderia ser feita de carro. Há alguns metros estava um javali pastando. Tiramos muitas fotos dessa vista, pois era muito surpreendente. Abaixo do deck ficava a casa de alguns animais que estavam em recuperação ou adaptação. Um antílope sem um dos dois chifres, ou ainda maior, mais pesado marrom com listras brancas. Uma passada pela área que imitava uma savana e últimas fotos das zebras albinas e do zebu. Em seguida, chegamos ao território das chetaras (cheetah). O casal de alemães que estava conosco junto às leoas, estava dentro do habitat abraçando a chetara... não pensei se quer uma vez, virei para Peter e disse: quero ir lá, junto a chetara. Ela tinha 31 anos, já era uma senhorinha de terceira idade. Fiquei um pouco agitado, os minutos de espera eram tão emocionante que eu já estava do lado de fora do acesso, quase pulando para dentro... o casal saiu, eu entrei, ela não estava mais ali, e sim lá do lado do aquário de vidro onde minha amiga do Brasil e outros gringos tiravam fotos. Peter foi buscar a senhora chitara. Ela vem em minha direção, é muito grande, é um gato de mais de um metro de altura e um metro e meio de largura, a calda tem mais um metro. Ela é muito magra, se fosse uma mulher com aquele corpo seria uma miss internacional – e anorexa, claro! Peter diz: deixe-a cheirar sua mão. É incrível é um gato tamanho XXXLLLL! Estava muito nervoso, ainda de pé ela cheirou minha mão e ficou circulando por minhas pernas (como os gatinhos fazem, quando chega alguém diferente), sou só eu e ela agora, todo mundo se afastou, primeiro passo a mão bem devagar pela sua cabeça, em seguida, passo a mão no pescoço, no peito e ela está com a cabeça baixada ainda me cheirando, de repente um susto, ela começa a lamber minha mão. Que susto! E que alegria ao mesmo tempo, pois quando um felino te lambe é também porque está calmo e te aceitou seus carinhos. Muito emocionante estou ao lado, melhor quase abraçado, do animal mais rápido do mundo... ela deve chegar a mais de 150 por hora correndo. Eu tinha visto uma chetara e dois filhotes no Safári em Voi-Tsafo, mas elas na savana e eu no carro bem seguro, agora nada me separava mais daquele extraordinário felino. A troca de carícias durou somente alguns minutos, mas para mim tempo suficiente para ter histórias para contar para o restante da minha vida. Já estamos de saída do parque, passamos por dois crocodilos enormes. É hora de se despedir, e como Peter foi muito bacana conosco, deixamos uma caixinha generosa, na moeda dele e para nós, nem 0000000,1% da satisfação de fazer mais esse safári. Joseph nosso amigo taxista, nos espera do lado de fora e nos deixou no MASSAI MARKET, um tipo de feira de rua, onde se vende artesanato de todo tipo, para todos os gostos e também muita roupa – até agora nem sinal de ver tecido, as meninas não vão acreditar, mas não encontrei – andamos e somos abordados a cada 10 segundos por vendedores diferentes, no início me sinto estranho, como oprimido... encontramos uma vendera, chamada Salomé, ela pede para voltarmos no final da visita a feira que ela nos faria descontos surpreendentes... foi muito interessante, ver minha amiga brasileira, negociando, era um toma lá da cá de preço em alguns ganhávamos muito e em outros perdíamos, como ela tava com o dinheiro trocado – eu só tinha dólares para gastos maiores e ela dinheiro local e miúdo – ela liderou as negociações – de fato não tenho muito jeito para fazer barganhas com a audácia com que ela fazia... ela é melhor vendedora e compradora do que eu... são mais de quatro horas e depois de algumas camisas, roupa para sobrinhos(as), estamos cansados, estafados, fatigados e famintos. Vamos andando em busca de comida. Encontramos um fast-food que vendia pizza, ainda com direito a praça de alimentação na sobreloja. Duas grandes, uma de peperoni e outra de queijo legumes e carnes e duas coca-ligths são nosso almoço e jantar. Voltamos para o hotel, andando... a cidade é bem bonita, limpa, com arquitetura moderna, prédios que em meu imaginário jamais pensava em vê-los em Nairobi – A cidade do Conselho Nacional do QUÊNIA. Chegamos cedo no htoe e depois de um longo e demorado banho sento para assistir um filme e escrever um pouco mais. Uma xícara de chá e toblerone são as minhas companhias da noite. Os planos são de amanhã, domingo, acordar bem cedido e andar pela cidade. Até amanhã.
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