terça-feira, 2 de setembro de 2008

Passaporte: Dubai

Dubai – Emirados Árabes – dia 29 de Agosto de 2008, 36 graus, tempo seco.
O Avião esta no solo, a viagem foi tranqüila, tirando minha ansiedade, afinal era a primeira vez que fiquei 14 horas dentro do uma aeronave. Após assistir dois blockbuster (Jumper e Crônicas de Spaderwick) e pelo menos uns 5 episódios de Friends, 4 refeições (foi também a primeira vez na minha vida que tomei dois cafés da manhã antes do jantar) e um céu estrelado dentro da aeronave (sim, isso mesmo que você leu, tinha uma simulação de uma noite estrelada no teto, com estrelinhas brilhantes). Tentei evitar ficar saindo toda hora, mas muito tempo sentado me deixava maluco, mas as poucas vezes que me aventurei a incomodar um jovem casal de terceira idade (que deveria estar na quinta lua de mel) fui surpreendido, primeiro com a fila no banheiro – tenho a sensação de que todos estavam esperando eu levantar para ir ao banheiro. Pedi um copo com água, muito pequeno, preciso de mais água, dei uma de desentendido e fui atravessando as 3 cortinas que me separavam da classe de luxo, executiva e primeira classe. Abri a cortina e para minha sorte nenhum comissário por perto quanto então entrei em local proibido – uma cozinha improvisada entre dois corredores, a aeromoça se assusta e pergunta em inglês se poderia me ajudar, eu disse claro que sim, uma garrafa de água, por favor, ela prontamente – achando que eu era de uma das primeira classes – me entregou uma garrafa grande de água gelada – objetivo alcançado – não paguei mico e me sai bem. Um casal de idosos foram meus companheiros durante a viagem, o senhor corpulento quase não cabia na poltrona e sua esposa elegante, com anéis, pulseiras e brincos dourados, tinha dificuldade de equilibrar a cabeça, devia ser por causa da quantidade de laquê que usava no cabelo de cor roxa. Eu fiquei espremido durante horas entre o cotovelo do robusto senhor e a janela... Sai de noite enfrentei, entrei num dia, vi o sol nascer – definitivamente essa é a paisagem mais marcante para mim – e em seguida entrei em outra noite. Durante a viagem acompanho pela TV que estava na frente do meu banco, o trajeto que fizemos, saímos de São Paulo, cruzamos o Oceano Atlântico e chegamos ao continente Africano, atravessando cidades de nomes impronunciáveis – que se eu lembra-se de algum nome usaria ele como senha deste meu computador. Chego em Dubai, são 23h20 minutos, e estava 36 graus Celsius (sim, isso mesmo era quase meia noite e estava muito quente, a jaqueta foi parar na cintura amarrada). Desci das escadas tentando olhara para todas as direções, logo ao meu lado vejo a imensa turbina do avião que nos trouxe, porém ouvir de longe que não poderia tirar fotos do avião, homens grandes e de terno mal alinhados, falando inglês advertiam a todos os passageiros e japoneses que se aventuraram a tirar fotos da maior turbina de avião que eu já vi. Estou acompanhado de uma colega de serviço e educadamente disse ao cara que esperava por ela, ele vira as costas eu saco o celular e tomo duas fotos da turbina... Um pequeno ônibus nos espera. Fila para passar no Raios-X, o odor de um rapaz na minha frente é insuportável, me dá uma ânsia, disfarço tentando entender algum dos traços dos caracteres esquisitíssimos, até então, visto somente pela televisão. Observo em nossa fila a presente diversidade de etnias, brancos, negros, pardos, amarelos, vermelhos, olhos azuis, outros verdes e vestimentas que me lembravam filmes como “Laurence da Arábia”. Entramos! Sim! Dentro de um Duty-free!!! Oh! My God! Como eu queria receber em dólar! J É um paraíso de quinquilharias, de todas as cores, tamanhos, cheiros e sabores, marcas famosas outras que nunca vi nem ouvi. Mas estamos apertados, corremos para o banheiro... E... outra fila... estou quase dançando um funk de tão apertado que estou... enfim, um Box livre...ufa!!! Bom, dali mesmo – durante a rápida utilização – mando meu primeiro torpedo para o Brasil, informando da minha chegada:

“...” cheguei em Dubai, são 23h ta muito quente 36 graus. O vôo foi tranqüilo, dormi, comi, assisti dois filmes, assisti Friends. O aeroporto é muito bonito. Vamos procurar um lugar pra descansar. Bjs “...”

Após lavar o rosto e escovar os dentes, e renovar o desodorante... saímos e começamos a passear pelo aeroporto. Escuto pelo sistema de voz do aeroporto as informações sobre o vôo e um erro na transmissão – acredito – fazia uma repetição de uma que lembrava a expressão em inglês“Go ahead - Go ahead”, repetidas vezes. O Duty free é incrivelmente grande, é praticamente um mercado, com uma livraria dentro, alguns cafés, muitos quiosques vendendo desde artesanato local (muito barato) a ouro “local” (muito caro) U$ 31,00 a grama!!! Dentro o duty-free, na resisti a tentação de comprar um ferro de passar, daqueles pequenos e dobráveis e também um aparelho de aparar a barba – eu uso cavanhaque e isso é um fundamental. O café do aeroporto é horrível! Chego à conclusão que o melhor café que eu já tomei é o brasileiro. Andamos por todo o aeroporto, entrando numa loja e outra. Passei mais alguns torpedos. Curiosidade: tinham duas Mesquitas dentro do aeroporto, uma para mulheres outra para homens, entrei, pois nunca havia estado dentro de uma mesquita, para minha surpresa no hall de entrada os outros homens deixavam os carrinhos com as malas, entravam num tipo de banheiro onde sentavam e lavavam os pés antes de entrar na parte do tempo. O cheiro do local era horrível!!! Cheira chulé misturado com suor, definitivamente resumi minha experiência a somente ver e rapidamente, pois lá dentro fiquei enjoado. “Go ahead - Go ahead”. Aliás, uma coisa é fato, muitos homens não sabem ou nunca ouviram falar num desodorante!!! Toda vez que vou ao banheiro a fila é gigante, então fico adiando na esperança de encontrar um reservado: limpo, seco e vazio. Após algumas, tentativas encontrei o que esperava, para minha surpresa a água do vaso sanitário era quente (impossível não rir nesse momento, era muito cômico a sensação de um vapor subindo das partes íntimas). Após essa nova experiência fomos ao Mcdonalds, pedi um Mac Chicken para minha colega e um BigTasty para mim, ambos com Coca-Light e batata média... a moça do caixa fez uma cara feia quando pedi uma “banana-pie”, ela contrariada respondeu “only apple-pie, only apple-pie”! Recebo minha primeira ligação internacional era minha rommie, querendo saber detalhes e se eu já tinha encontrado um Xeique para negociar o dote dela. Após, o incrível industrializado lanche com o mesmo sabor do Brasil (éca) nos demos o direito de uma sobremesa, rachamos um delicioso muffin de chocolate e eu tomo outro large coffee! A escolha pelo Mac foi uma questão de não arriscar de primeira, uma comida diferente e não gastar nossos poucos dólares numa única refeição. Aqui começou um novo capitulo da novela. “Go ahead - Go ahead”. Tentamos sair do aeroporto para passe ar por Dubai, conhecer o hotel mais caro do mundo – segundo eles – o hotel parece uma “vela de um de uma embarcação”. Fomos ao balcão de informação como se fosse a coisa mais natural do mundo – pedimos informações se existia algum hotel próximo ao aeroporto e se poderíamos sair. Para a primeira resposta foi, sim temos dois hotéis próximos e SIM vocês que precisam de visto de transito e a sua a companhia poderia dar o visto de trânsito. Caminhando na direção da companhia passamos pelo segundo posto de informações – e só para confirmar fizemos as mesmas perguntas - neste fomos informado que não precisávamos de visto, era só sair do aeroporto e procurar algum hotel. Seguimos e fomos à companhia que confirmou que precisávamos de visto, e que ele poderia ser tirado na imigração pela bagatela de 180 Dirhans (algo em torno de 50 dólares), eles não tinha informação sobre hotel. Andando pelo lobby encontramos um hotel dentro do Aeroporto, subimos a escadas rolantes e num lobby bem confortável estava a recepção do hotel. “Go ahead - Go ahead”. Estávamos na busca de um espaço para tomar banho e duas camas para descansar algumas horas, porém estava lotado. Passo na farmácia e compro um travesseiro inflável e uma mascara de dormir (fundamental para experiências como essa). “Go ahead - Go ahead”. Já estava amanhecendo, então improvisamos as jaquetas foram para o chão – em cima de um carpete que imitava algo entre um afresco africano ou areia de praia – deitado no chão ao lado das mochilas que ficaram em baixo do banco, cochilei durante uns quinze minutos, não consegui mais tempo, pois a sensação das pessoas andando a meu lado e um maledito carrinho de malas com uma buzina infernal me acordava a cada 5 minutos. Levanto ligo o computador e começo a jornada de escrever e descrever essa aventura. Nesse momento tenho um súbito impulso de pegar o telefone e ligar para o Brasil e dizer um “oi”. “Go ahead - Go ahead”. É interessante observar que as burkas são bem decoradas, bordadas a mão, em tecidos nobres, e lenços com grafismos impressionantes, algumas com pedras preciosas. Algumas mãos e pés dessas mulheres estavam tatuados com rena, com desenhos lindos muito bem feito de flores e ou algo que lembrava tribais. Os Xeiques não estavam vestidos tão glamurosos quanto eu via na TV, pelo contrario os homens – assim como no Brasil – estavam sempre vestido de forma mais básica, mesmo aqueles que usavam os turbantes ou batas que iam até os pés. “Go ahead - Go ahead”. O sol aparece radiante através de das janelas com afrescos que lembram uma arquitetura indiana do suntuoso aeroporto. Minha colega de viajem acorda e eu me aventuro atrás de um café, melhor dessa vez provo um capuccino (terrível) o único comentário que ouvi sobre o chá de camomila foi: está muito quente! Após algumas horas sentado, resolvemos voltar ao duty-free que de um lado é uma livraria com eletrônicos e de outro um pequeno supermercado. Após checar o preço de cada eletro-eletrônico disponível, checar o preço dos CDs e DVDs e de alguns milhares de livro – os de receita estão em promoção – e após ficar admirado ao encontrar lates de 4 quilos de Leite Nido (Ninho), uma caixa de 4 quilos de sabão Omo, compro o que realmente estava precisando: um pacote com 6 barras de chocolate (Snickers), 1 pacote com 4 sabonetes (eu esqueci), e um hidrante (vai por mim faz falta). “Go ahead - Go ahead”.
(escrever mais)
Está quase na hora do embarque, são 14h20m, entramos na sala de embarque e esperamos a fila confusa entre a comissária gritando e as pessoas não respeitando a fila. “Go ahead - Go ahead”. Foram mais 4 horas de viagem de Dubai, Emirados Árabes até Nairobi no Quênia. O vôo foi divido entre a espera de uma hora dentro da aeronave (eles avisaram que estavam tendo dificuldades de encontrar algumas malas, que deveria estar naquele vôo, mas que unffortunally não estavam!!!), algumas poucas cochiladas e outros episódios de Friends, uma comida servida com um frango ao curry, com um sabor muito forte, que por medida de segurança foi somente provado e voltou quase do mesmo jeito que chegou, para ser mais conservador, pão, queijo e coca-cola.

2 comentários:

MMM - Mauren's Melody Memories disse...

Amei!
só um detalhe....é SHEIK!
Bjs,
your roomie

Raniere Pontes disse...

Xeique e mate!!!!
:-)
Valeu!!!